segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Nightsong, cap.2 - A Captura

A CAPTURA

Angel, médico do exército da ELN, se aproxima do resto do seu batalhão. A visita a sala de instruções parecia ter sido a horas. Contrastando com o ambiente calmo e relaxante da sala, ali no deserto parecia horrivelmente desconfortável. O sol escaldante torrava-lhe as costas incessantemente, e aquela maldita areia não parava de entrar em seus olhos. Recordando-se, ele não conseguia decidir se esta missão era um alívio ou uma sentença de morte. Se por um lado, ele poderia escapar da carnificina que seria a tomada da primeira base da MEC, onde todas as forças de ambos os exércitos estaria reunida, por outro, ele e mais 5 companheiros, isto é, se chegassem todos ao objetivo, estariam isolados no meio do território inimigo, logo após terem tomado a base mais distante do seu próprio exército na cidade de Karkand.

Para chegarem até lá, os seis homens se dividiriam em 3 equipes. 3 deles iriam no primeiro jipe, 2 no segundo, e cobrindo sua retaguarda, estaria um tanque. Tentariam fazer com que todos seguissem emparelhados, mas ao chegarem perto da cidade, os jipes deveriam acelerar o máximo possível, pois sua blindagem não resistiria a um míssil, ao contrário do tanque.

Angel iria como atirador no segundo jipe, que seria pilotado por Project Sniper que, como já dizia seu nome, era um atirador de elite. O motivo pelo qual ele iria pilotar, pensava Angel, e não iria ficar na metralhadora sobre o jipe, era que a vida de um sniper valia mais na opinião do exército do que a de um médico. Médicos não eram famosos por matar inimigos. Ou isso, ou talvez fosse porque a patente dele era mais alta. Qualquer que fosse o motivo, era Angel que estava lá em cima, e era ele que iria ter que agüentar o choque das primeiras balas. Isso se o jipe não explodisse e matasse os dois.

Chegou a hora, e o comboio partiu. Após 10 minutos rodando, chegaram ao último posto avançado antes de Karkand. Lá encontraram apenas rostos tensos e soldados feridos. A batalha já havia começado há algum tempo. Felizmente não ficaram muito por ali, pois a espera os estava deixando nervosos.

Aceleraram novamente, e antes de chegarem a cidade já podiam ouvir os tiros. Isso, e os gritos. O motorista do jipe da frente deu o sinal para começarem a carga e assim a corrida mortal começou. Entraram a toda pela rua principal da cidade, os soldados da ELN, cientes do que ira acontecer, estavam evitando ocupar a estrada. Muitos soldados MEC, pegos de surpresa, eram atropelados. Os que tinham a sorte de escapar não eram poupados pelos impiedosos atiradores dos jipes.

Apesar da alta velocidade, para Angel parecia que tudo estava em câmera lenta. Ele podia sentir a pressão de seu dedo no gatilho, o recuo da arma a cada bala disparada, via as cápsulas vazias voando no ar, e via rostos. Os rostos de seus inimigos. Primeiro a surpresa, então a raiva ao serem fustigados pelas balas, e finalmente, nada. Mas ainda assim ele sabia, sentia que cada um daqueles pares de olhos estava amaldiçoando-o. Espantou estes pensamentos sinistros para concentrar-se em sua tarefa atual. Se deixasse que qualquer um daqueles homens vivesse, este poderia ser o seu algoz. Ele odiava matar. Era um médico, e sua natureza lhe dizia que devia estar salvando vidas. Mas a natureza da guerra não lhe permitia ser piedoso. E para cada um que ele matava, um dos seus poderia estar sendo poupado. E isto não era uma outra forma de salvar a vida de seus companheiros?

Esta sinistra linha de raciocínio foi abandonada quando o carro a frente dele sumiu em uma bola de fogo e fumaça. Os inimigos também tinham seus veículos afinal, e um blindado estava bem a sua frente. O carro deu uma guinada para a direita, enquanto Project desviava das ferragens em chamas. Ao fazer isto, Angel viu que seu tanque aliado já estava contra-atacando, a distração perfeita para que eles avançassem. Project se desviou de um poste, fez outra curva fechada, e eles estavam livres, haviam ultrapassado o tanque inimigo, e este estava muito ocupado para se concentrar neles.

Desceram por uma rampa, embrenhando-se no labirinto de ruas da cidade, e por pura sorte não encontraram mais soldados.



Avançaram por duas pontes e avistaram seu objetivo. A última base inimiga na cidade, e estava vazia. Parecia que os soldados da MEC não dispunham de tantas forças nesta cidade, e estavam usando a maioria na linha de frente. Provavelmente existiam apenas patrulhas ocasionais nas bases da retaguarda.

Chegaram a bandeira inimiga, e suas instruções diziam para abaixa-la e hastearem sua própria bandeira. Project desceu, carregando orgulhosamente a bandeira Brasileira, enquanto Angel continuou em seu posto na metralhadora.

Enquanto Project fazia seu serviço, Angel ouviu o barulho de um motor. Uma patrulha inimiga, pensou ele. Rezou para que não viessem em sua direção. Deus devia estar ocupado...

Ele viu a frente do carro inimigo, apenas um jipe blindado como o deles. Pela segunda vez no dia, Angel puxou o gatilho, e a metralhadora cuspiu fogo. Teve sorte, conseguiu acertar o tanque de combustível, e pela segunda vez, viu um veículo ser engolido por chamas. Um soldado saiu cambaleante das ferragens, apenas para ser abatido em segundos.

Após concluírem a missão, deviam se reencontrar com seu próprio exército. Project falou que iria procurar por um lugar alto, iria matar alguns inimigos e esperar pelo resgate. Angel decidiu pegar o carro e tentar sair dali da mesma maneira que entraram.

Voltou até a ponte sem encontrar nenhuma outra patrulha. Já estava cruzando a segunda, quando algo nos céus lhe chamou a atenção. Parecia que a MEC havia trazido alguns caças, e a ELN tratou de revidar. Enquanto olhava, o piloto da MEC fez uma manobra errada, e o piloto da ELN atirou. Alguns mísseis erraram o alvo, e acabaram numa torre, mas outros acertaram em cheio. Angel começou a ovacionar o piloto da ELN, quando viu onde o avião abatido iria cair. Tentou acelerar, mas já era tarde demais. O avião caiu, destruindo ponte, jipe, e Angel.


“Sorte?Sou bom demais para precisar disso.”
Últimas palavras do Tenente Project Sniper, atirador-de-elite, morto por um míssil aliado que errou seu alvo.



quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Cap.5 - Vingança, afinal

Cap.5- Vingança, afinal

Na noite seguinte tiveram que ser mais cuidadosos. O Lorde teria que andar mais lentamente, para ficar com seus companheiros lycans. Mas os lycans resolveram deixar vigias para trás, com instruções de que os contactassem em caso de problema.
-Vamos ter que matar estes vigias se quisermos passar- diz um dos vampiros.
-Não. Eu tenho uma idéia melhor do que fazer com eles. Eles devem conhecer a localização da mansão e nós podemos obter esta informação através deles. Desta vez a Isabor cometeu um grande erro ao nos subestimar.
Os vampiros se dividiram e atacaram. 3 vampiros contra 6 lycans em forma humana, nada muito difícil. Enquanto os dois outros vampiros atacavam pelos lados, Hoolferman saltou do alto de uma árvore, caiu atrás de um dos vigias e o matou com um golpe na cabeça. Depois utilizou sua agilidade para se colocar ao lado de um segundo. Os lycans tentavam reagir atirando com suas bestas, sem sucesso. Apenas alguns segundos de luta, que pareciam uma eternidade para os envolvidos, só restavam dois vigias, um próximo ao Hoolferman e outro um pouco mais além. Dois vampiros convergiram contra um vigia, enquanto Hoolferman dizia ao outro:

-Não vai ao menos sacar sua espada?

O lycan a desembainhou apressadamente, e tentou golpear Hoolferman que, apenas com força bruta, destruiu a espada do adversário.

-Você teve sua chance, disse Hoolferman rindo, e agora irá me contar tudo o que sabe.

Dito isto, mordeu o pescoço do adversário, absorvendo suas lembranças.

-Está feito. Já conheço a localização da mansão. Podemos ir contar diretamente ao Zecrag ou podemos concluir nosso objetivo secundário e matar o Lorde restante.

-Devemos fazer isto, senhor. Eles devem aprender que ninguém que se erguer contra nós escapará impune. – disse um dos vampiros. Com um sorriso Hoolferman exclamou:

-Você está certo... Vamos fazê-lo arrepender-se de todo o terror e confusão que trouxe ao nosso clã!

Os vampiros partiram, não mais tentando seguir as pistas deixadas pelo Lorde, mas agora indo diretamente para seu objetivo final... A mansão do clã de Isabor.

Dois dias depois, chegaram ao seu objetivo. A mansão estava a apenas 2 quilômetros e eles pararam para decidir como agir.

-Senhor, nós não achamos sinais do Lorde no caminho, o que significa que de alguma maneira eles conseguiram se deslocar ao menos na mesma velocidade que nós.

-Não entendo como isto é possível, ele estava sendo acompanhado de lycans e a lua cheia é só daqui a uma semana, é impossível que na forma humana eles tenham sido mais rápidos que nós, visto que também não podiam se deslocar durante o dia. – disse Hoolferman.

-Também não entendo, senhor, mas se eles... Vocês estão ouvindo este assovio?

-CUIDADO!

O grito do vampiro foi bem a tempo. Uma pequena chuva de flechas se abateu onde eles se encontravam no instante anterior. Eles ainda estavam se erguendo quando uma espada desceu no pescoço de Hoolferman.

-Andou procurando por mim, seu cretino?

Hoolferman ergueu os olhos. Ali estava o Lorde que eles vinham caçando até então.

-Devo admitir que você é bem forte... Mas acha que pode vir sozinho e derrotar a nós três?

-Sozinho? Apenas olhe em volta...

Saindo do meio das árvores vinha um pequeno batalhão de lycans... Transformados.

-Que abominação é esta? Ainda estamos longe da lua cheia, como eles podem estar transformados?

-Está confuso não? Para consagrar nosso pacto, nós os ajudamos... Nossos agora irmãos de sangue não possuem mais aquela antiga fraqueza... Desde que sua pele seja banhada pelo luar, qualquer luar é suficiente para a transformação...

-E vocês do clã da Isabor fizeram tudo isto sozinhos, meu Lorde? Ou devo dizer... Traidor do sangue?

-Traidor? Você apenas não sabe de nada... Muitos dos antigos estão do nosso lado... Aqueles que não suportam mais o rei e sua hesitação... E a Isabor é mais uma que não sabe de nada... Aquela criança pensa que controla o clã, mas somos nós, os escolhidos, que levaremos a noite eterna adiante...

-Tsc... Então talvez esteja tudo perdido... Mas... AGORA, CORRAM!

Hoolferman levantou-se num movimento tão rápido que nem mesmo o Lorde pode deter, e este estava caído antes que se desse conta da situação. Os lycans precipitaram-se contra os 3 vampiros. Hoolferman correu os olhos pelos seus inimigos, vendo apenas selvageria e destruição em seus olhos. Ele sabia que não poderiam todos escapar. Ele fechou seus olhos, o próprio tempo parecia não existir mais para o guerreiro. Ele ficou assim por menos de um segundo, ou por muitas horas, quem poderia dizer? Seus olhos se abriram, negros como a noite. Invocando uma técnica aprendida diretamente do próprio Durgaz, Hoolferman estava mais forte do que nunca. Ele voou e matou dois lycans no impacto, abrindo por breves instantes uma saída daquele inferno. Foi o suficiente para que os outros dois vampiros passassem e depois disso, tudo que Hoolferman pode ver foram corpos, pelos e sangue.

Os dois vampiros corriam em plena velocidade, tinham que chegar até Zecrag e avisá-lo antes que fosse tarde demais. E no instante seguinte, surgindo praticamente do nada, haviam mais lycans. Um dos vampiros gritou ao percebê-los, eles engajaram em uma rápida luta corpo a corpo.

-Mib, vá, corra e salve-se, você tem que avisar a todos!

E Mib correu. Correu mais rápido do que se lembrava de já ter corrido em toda sua vida ou pós vida.

Postagens atrasadas

Peço perdão pelas postagens atrasadas, mas não tenho tido muito tempo de escrever... Só tenho ligado o computador as 5 da tarde e saio as 7... Então está difícil de manter o ritmo... Mas hoje tem postagem nova =)
Vou liberar o quinto capítulo assim que a pessoa que faz a correção gramatical de meus contos me mandar a versão corrigida, pois postei o primeiro capítulo de nightsong sem faze-lo, e me arrependi, ao ver os erros de português depois... Um dia depois =)
Abraços e até mais tarde ^^

domingo, 13 de setembro de 2009

Nightsong - cap.1

A FUGA

No meio de uma pequena ilha, dois homens aproximam-se correndo pelo bosque. Fazem parte do ELN, o auto-intitulado Exército de Libertação Nacional. Seu porta-aviões tinha se estabelecido há pouco a um quilômetro desta ilha, atualmente sob controle da MEC, o exército Chinês.

Ambos haviam se voluntariado para esta missão, cuja probabilidade de sucesso era duvidosa. A missão consistia de 3 fases: Saltar de helicóptero na ponta norte da ilha, matar os vigias nas áreas em volta, e infiltrar-se na região, assegurando um ponto estratégico para os aliados. A primeira parte havia sido completada por um triz, pois ambos haviam conseguido saltar de pára-quedas momentos antes do helicóptero ser abatido, matando o piloto. Uma pena, pois o piloto poderia ter-lhes ajudado nas próximas fases da missão.

Os homens diminuíram sua velocidade para um andar cuidadoso ao se aproximarem do galpão. O primeiro, um atirador profissional, conhecido apenas como Ghost Dancer. O homem da retaguarda era um médico do exército, codinome Angel NightSong.

Não haviam encontrado um único vigia até aquele momento, o que era realmente estranho. Ambos estavam tensos, sem conseguir decidir se tratava-se de uma emboscada ou se era apenas descuido de seus inimigos. Naquele instante, chegaram as portas do Galpão, que estavam abertas. Esconderam-se atrás dela enquanto se preparavam para entrar.

Angel olhou em volta, tentando absorver o máximo de detalhes possível. Ao seu redor haviam apenas bambuzais, algumas rochas, o próprio galpão e a montanha de onde haviam vindo. Nada anormal, não fosse aquela inquietante sensação deixada pela falta de inimigos. Com um último suspiro, os dois correram e contornaram a porta.

No primeiro instante, Angel pensou que realmente a sorte devia estar lhes sorrindo. O galcão estava vazio, a não ser por um Jipe, alguns barris e... TANQUE!

O grito dado por Ghost chegou meio segundo antes do impacto causado pelo primeiro míssil lançado. Ainda atordoado pelo disparo errôneo, Angel percebeu os tiros de metralhadora e tratou de correr. Balas zuniam em seu ouvido, mas ainda assim conseguiu atravessar as portas, e se esconder atrás de uma delas. Abençoados sejam os reforços que os chineses usaram naquela porta, pensou ele. Só então percebeu que um tiro havia atingido seu braço de raspão. Nada muito grave, só precisou de alguns segundos para estancar o sangramento. Colocando seus pensamentos no lugar, se deu conta da ausência de Ghost. Diabos, não sabia seu estado, se havia sido atingido ou se ainda vivia. Aquele tanque poderia sair por aquela porta a qualquer momento, e isto seria seu fim, a não ser que fizesse algo. Não havia onde se esconder naquele lugar. O terreno baixo, os Bambus ou o flanco exposto da montanha não lhe davam a proteção necessária para fugir.

Enfim, uma idéia lhe surgiu. Se pudesse chegar até aquele jipe, havia uma chance de que ainda pudesse ver o sol nascer de novo. Mas não havia jeito de passar com o tanque vigiando a porta, ele precisa esperar o mesmo sair, o que lhe daria alguns segundos de vantagem.

Alguns segundos depois, o tanque saiu. Angel correu logo no primeiro disparo. Matou o atirador sobre o tanque, sabendo que assim o tanque só contaria com sua metralhadora secundária. Correu como nunca havia corrido na vida, sabendo que cada segundo era vital. As balas passavam voando a sua volta, errando seu corpo por centímetros. Ele estava a apenas um metro do carro, quando uma bala acertou sua coxa. Por um instante, acreditou que não iria conseguir. Vacilou por um momento e uma bala se alojou em seu ombro. No instante seguinte, percebeu que havia chegado ao jipe. Se jogou em cima do banco, sentindo algumas balas ricochetearem na fuselagem. Ligou o jipe e acelerou num átimo, sem parar para pensar. Foi direto na direção do tanque, que estava recuando para fechar a saída do galpão. Uma bala errou sua cabeça por um fio de cabelo. No último momento, fez uma curva fechada para a esquerda. Escapou do tanque e conseguiu sair do galpão. Seu alívio não durou muito tempo porém, pois ali estava outro tanque, chegando para lhe cortar a rota de fuga. O jipe derrapou para a direita, enquanto Angel fazia a volta.
Acelerou, mas as balas estavam começando a cobrar seu preço. Havia vários buracos em seu carro. Milagrosamente, conseguiu se desviar do primeiro tanque, e olhava para trás, pensando que sua vida havia acabado de ser salva por pouco. Quando olhou para frente, viu que estava indo direto para um bambuzal, e o desespero o assaltou novamente. Ele sabia que se batesse, estaria acabado. Não havia como tirar o carro dali antes que os tanques chegassem.

Desviou por pouco, mas a sorte parecia ter lhe abandonado, pois perdeu o controle do carro, e este, passando por sobre uma pequena elevação, foi lançado para o alto, devido a sua alta velocidade. Seu voo não demorou muito, e voltou ao chão capotando. Girou três vezes antes de parar. Angel conseguiu sair das ferragens, sentindo dores por todo o corpo.

A verdadeira missão havia começado. Estava sozinho, sem transporte e machucado, em pleno território inimigo. Enquanto pensava no que fazer em seguida, um caça deu um rasante e o abateu com balas de metralhadora.

“Na guerra a habilidade não importa, apenas o acaso. Se a sorte parar de lhe sorrir, eu não queria estar no seu lugar.”

ressucitei! \o/

Para o pessoal que está sentindo falta das atualizações: Voltei, desta vez de verdade =D

Mas como passei um longo período sem computador, não escrevi o cap.5 da canção do crepúsculo... Foi mal =)

Por enquanto curtam uma aventura a parte: Nightsong, a história de um médico nos campos de batalha...