domingo, 13 de setembro de 2009

Nightsong - cap.1

A FUGA

No meio de uma pequena ilha, dois homens aproximam-se correndo pelo bosque. Fazem parte do ELN, o auto-intitulado Exército de Libertação Nacional. Seu porta-aviões tinha se estabelecido há pouco a um quilômetro desta ilha, atualmente sob controle da MEC, o exército Chinês.

Ambos haviam se voluntariado para esta missão, cuja probabilidade de sucesso era duvidosa. A missão consistia de 3 fases: Saltar de helicóptero na ponta norte da ilha, matar os vigias nas áreas em volta, e infiltrar-se na região, assegurando um ponto estratégico para os aliados. A primeira parte havia sido completada por um triz, pois ambos haviam conseguido saltar de pára-quedas momentos antes do helicóptero ser abatido, matando o piloto. Uma pena, pois o piloto poderia ter-lhes ajudado nas próximas fases da missão.

Os homens diminuíram sua velocidade para um andar cuidadoso ao se aproximarem do galpão. O primeiro, um atirador profissional, conhecido apenas como Ghost Dancer. O homem da retaguarda era um médico do exército, codinome Angel NightSong.

Não haviam encontrado um único vigia até aquele momento, o que era realmente estranho. Ambos estavam tensos, sem conseguir decidir se tratava-se de uma emboscada ou se era apenas descuido de seus inimigos. Naquele instante, chegaram as portas do Galpão, que estavam abertas. Esconderam-se atrás dela enquanto se preparavam para entrar.

Angel olhou em volta, tentando absorver o máximo de detalhes possível. Ao seu redor haviam apenas bambuzais, algumas rochas, o próprio galpão e a montanha de onde haviam vindo. Nada anormal, não fosse aquela inquietante sensação deixada pela falta de inimigos. Com um último suspiro, os dois correram e contornaram a porta.

No primeiro instante, Angel pensou que realmente a sorte devia estar lhes sorrindo. O galcão estava vazio, a não ser por um Jipe, alguns barris e... TANQUE!

O grito dado por Ghost chegou meio segundo antes do impacto causado pelo primeiro míssil lançado. Ainda atordoado pelo disparo errôneo, Angel percebeu os tiros de metralhadora e tratou de correr. Balas zuniam em seu ouvido, mas ainda assim conseguiu atravessar as portas, e se esconder atrás de uma delas. Abençoados sejam os reforços que os chineses usaram naquela porta, pensou ele. Só então percebeu que um tiro havia atingido seu braço de raspão. Nada muito grave, só precisou de alguns segundos para estancar o sangramento. Colocando seus pensamentos no lugar, se deu conta da ausência de Ghost. Diabos, não sabia seu estado, se havia sido atingido ou se ainda vivia. Aquele tanque poderia sair por aquela porta a qualquer momento, e isto seria seu fim, a não ser que fizesse algo. Não havia onde se esconder naquele lugar. O terreno baixo, os Bambus ou o flanco exposto da montanha não lhe davam a proteção necessária para fugir.

Enfim, uma idéia lhe surgiu. Se pudesse chegar até aquele jipe, havia uma chance de que ainda pudesse ver o sol nascer de novo. Mas não havia jeito de passar com o tanque vigiando a porta, ele precisa esperar o mesmo sair, o que lhe daria alguns segundos de vantagem.

Alguns segundos depois, o tanque saiu. Angel correu logo no primeiro disparo. Matou o atirador sobre o tanque, sabendo que assim o tanque só contaria com sua metralhadora secundária. Correu como nunca havia corrido na vida, sabendo que cada segundo era vital. As balas passavam voando a sua volta, errando seu corpo por centímetros. Ele estava a apenas um metro do carro, quando uma bala acertou sua coxa. Por um instante, acreditou que não iria conseguir. Vacilou por um momento e uma bala se alojou em seu ombro. No instante seguinte, percebeu que havia chegado ao jipe. Se jogou em cima do banco, sentindo algumas balas ricochetearem na fuselagem. Ligou o jipe e acelerou num átimo, sem parar para pensar. Foi direto na direção do tanque, que estava recuando para fechar a saída do galpão. Uma bala errou sua cabeça por um fio de cabelo. No último momento, fez uma curva fechada para a esquerda. Escapou do tanque e conseguiu sair do galpão. Seu alívio não durou muito tempo porém, pois ali estava outro tanque, chegando para lhe cortar a rota de fuga. O jipe derrapou para a direita, enquanto Angel fazia a volta.
Acelerou, mas as balas estavam começando a cobrar seu preço. Havia vários buracos em seu carro. Milagrosamente, conseguiu se desviar do primeiro tanque, e olhava para trás, pensando que sua vida havia acabado de ser salva por pouco. Quando olhou para frente, viu que estava indo direto para um bambuzal, e o desespero o assaltou novamente. Ele sabia que se batesse, estaria acabado. Não havia como tirar o carro dali antes que os tanques chegassem.

Desviou por pouco, mas a sorte parecia ter lhe abandonado, pois perdeu o controle do carro, e este, passando por sobre uma pequena elevação, foi lançado para o alto, devido a sua alta velocidade. Seu voo não demorou muito, e voltou ao chão capotando. Girou três vezes antes de parar. Angel conseguiu sair das ferragens, sentindo dores por todo o corpo.

A verdadeira missão havia começado. Estava sozinho, sem transporte e machucado, em pleno território inimigo. Enquanto pensava no que fazer em seguida, um caça deu um rasante e o abateu com balas de metralhadora.

“Na guerra a habilidade não importa, apenas o acaso. Se a sorte parar de lhe sorrir, eu não queria estar no seu lugar.”

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